18 de Novembro de 2021
Centenário do nascimento de Natália Nunes
Natália Nunes nasceu a 18 de novembro de 2021. Foi ficcionista, tradutora, e conservadora da Torre do Tombo. No dia 18, há um colóquio sobre a autora.
Inscrição gratuita mas obrigatória neste endereço centenario.natalianunes@gmail.com
18 novembro 2021 | 18h | via Zoom
Natália Nunes [Lisboa, 18 de novembro de1921 – Ericeira, 13 de fevereiro de 2018]
Bibliotecária-arquivista, de seu nome todo Maria Natália Paiva Nunes da Gama Carvalho. Licenciada em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Lisboa (1948), concluiu em 1956 o Curso de Bibliotecário-Arquivista. Trabalhou como conservadora na Torre do Tombo (1957-1968), passando neste último ano a ser bibliotecária da Escola Nacional de Belas Artes, cargo em que se manteve até à aposentação em 1987. Pelo seu trabalho nas áreas da biblioteconomia e da arquivística, recebeu, em 1977, o «Prémio da Associação Portuguesa de Arquivistas e Documentalistas».
Como prosadora, estreia-se em 1952 com Horas Vivas: Memória da Minha Infância. Afirmar-se-á, segundo Óscar Lopes, como «um dos mais típicos casos de revolta contra a ética repressora da liberdade feminina burguesa» com o romance Regresso ao Caos (1960) e a novela O Caso Zulmira L (1967), dois livros referência na sua não pequena obra. Com a farsa burlesca Cabeça de Abóbora (1970), ensaia com êxito o teatro.
A partir de 1952 colaborou em várias revistas e em jornais – Contra-Vento, Cronos, Esfera, Revista Portuguesa de Psicologia, Seara Nova, Vértice; A Capital, Diário de Lisboa, Diário de Notícias, Diário Popular, JL: Jornal de Letras, Artes e Ideias, Jornal de Notícias, O Primeiro de Janeiro – com crónica e ensaio.
Colaborou igualmente em A Condição da Mulher Portuguesa, 1968; Situação da Arte: Inquérito junto de Artistas da Língua Portuguesa, 1968; A Mulher na Sociedade Contemporânea: Colóquio na Associação dos Alunos da Faculdade de Direito, Lisboa, 1969.
Traduziu numerosas obras de Dostoievski e de Tolstoi e ainda: Os Eslavos, de Roger Portal; Tratado de História das Religiões, de Mircea Eliade (em colab.); Não se Nasce Soldado, de Konstantin Simonov; Jamais, de Elsa Triolet; Pequenas Misérias da Vida Conjugal, de Balzac; A Bastarda, de Violette Leduc.
Fez parte da última Direcção da Sociedade dos Escritores Portugueses, em 1965, e da Direcção da Associação Portuguesa de Escritores em 1978-79. Foi casada com o poeta António Gedeão, professor Rómulo de Carvalho.»
Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. V, Lisboa, 1998