Genealogia e História Local
A história das famílias e das suas raízes de há muito que atrai a atenção e a curiosidade do cidadão comum. A designação “genealogia” sofreu, até há bem pouco tempo, das suas origens aristocráticas, que a limitavam a pesquisa aos ramos nobres das famílias proeminentes.
Hoje porém, assistimos a uma grande expansão da genealogia, ao mesmo tempo que se têm alargado os esforços para contextualizar nos seus ambientes económicos e sociais as famílias que, através da pesquisa arquivística, vão sendo pacientemente reconstituídas. Muitos países preferem hoje utilizar a expressão “história da família”, para dar conta desta extensão dos objectivos deste labor histórico.
Um processo algo semelhante acompanhou o interesse pela história local. Esta área de interesse teve grande popularidade, no século XIX, com as “monografias locais”, que registavam os principais factos históricos das localidades, biografavam os seus mais ilustres autóctones e registavam os usos e costumes tradicionais e inventariavam os ditados, as receitas medicinais ou gastronómicas, as formas variadas de literatura oral.
Mais recentemente, o encontro com outras disciplinas como a etnografia e a antropologia, para já não falar da demografia histórica, tem ajudado a alargar a concepção da história local para uma verdadeira e multifacetada compreensão da vida das comunidades rurais e urbanas, dos sistemas económicos que as estruturavam, das relações sociais que as mantinham coesas.
Vários objectivos comuns unem claramente estas duas áreas de interesse, cada vez mais populares entre os investigadores não académicos, razão pela qual se apresentam duas páginas com textos de apoio aos que desejarem iniciar-se no estudo da sua família ou da sua terra: